Grandes marcas como McDonald’s, Walmart, Boeing, Toyota e Microsoft anunciaram recentemente um recuo nos seus programas internos de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) em território norte-americano. Além disso, a partir de agora, as redes sociais da Meta (Instagram e Facebook) permitirão publicações que associem identidade de gênero ou orientação sexual a “doenças mentais”.
O Walmart, por exemplo, reduziu seus treinamentos sobre equidade racial. A Harley-Davidson abandonou a meta de gastos com empresas fornecedoras lideradas por minorias e também diminuiu a capacitação de suas equipes sobre temas sociais.
Segundo Joaquim Santini, pesquisador e fundador da EXO Consultoria e Ricardo Sales, fundador e CEO da Mais Diversidade, marcas que ditam tendência e apontam os rumos da economia estão embarcando na onda do conservadorismo, enquanto empresas socialmente responsáveis têm sido alvo de movimentos ultraconservadores.
Além de impactar diretamente as pessoas, esse movimento pode trazer consequências significativas para os negócios. De acordo com o estudo Brand Inclusion Index 2024, publicado pela Kantar:
- 67% dos brasileiros passam a admirar marcas que apoiam a diversidade;
- 59% optam por consumir produtos ou serviços dessas empresas.
Além disso, demonstrar ser uma empresa alinhada ao progressismo é positivo por diversos motivos, por exemplo:
- Conecta-se com diversos públicos;
- Consegue promover mais inovação em seus produtos/serviços;
- Está mais apta em se adaptar com os diversos posicionamentos e a transformação que o mundo exige.
Embora as implementações estejam acontecendo inicialmente nos Estados Unidos, Ana Bavon, CEO da B4People, consultoria especializada em inteligência em direitos humanos e ESG, alerta: “Essas mudanças podem se refletir no Brasil, gerando possíveis impasses judiciais e até a derrubada das redes.”
E aí, você acredita que o mundo está se tornando cada vez menos diverso e inclusivo?
José Henrique é Coordenador de Comunicação e Eventos do Conversa Estratégias de Comunicação Integrada