A Copa do Mundo 2022 acontece no Catar, país em que ser LGBTQIA+ é considerado crime.
Marcas como Adidas, Coca-Cola, Budweiser, Visa, Vivo e McDonald’s são algumas das patrocinadoras e anunciantes do evento.
Se todas elas já fizeram e fazem campanhas e ações pela diversidade, por que estão patrocinando um evento num país que condena pessoas LGBTQIA+ à morte?
O major-general Abdulaziz Abdulla, presidente do Comitê Nacional de Contraterrorismo do Catar, disse que estão proibidas manifestações pró-LGBTQIA+ durante a Copa, mas que o país “tolerará” a presença de visitantes LGBTQIA+ desde que sejam seguidas as regras.
Algumas das regras são:
- Não utilizar bandeiras com as cores LGBTQIA (arco-íris);
- Não demonstrar apoio à comunidade;
- Não realizar manifestações pelos direitos LGBTQIA+;
- Não haver relação entre homens.
Estamos acostumados a ver marcas se posicionarem mais fortemente apenas em junho, quando se celebra o Mês do Orgulho. Mas também sabemos o quanto o ‘Pink Money’ interessa. Por exemplo, no Brasil, somente em 2021, a população LGBTQIA+ movimentou R$10,9 bilhões*.
Estima-se que a Copa do Mundo deve movimentar R$20,3 bilhões na economia brasileira**.
* Fonte: NielsenIQ
** Fonte: Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de
Dirigentes Lojistas (CNDL).
Até mesmo as seleções convocadas que iriam usar braçadeiras com as cores da bandeira LGBTQIA+, como Alemanha, França, Estados Unidos, Dinamarca e Inglaterra, foram impedidas. A punição da Fifa? Cartão amarelo!
No meio dessa confusão toda, algumas iniciativas interessantes surgiram…
A Pantone desenvolveu a campanha Color of Love.
A empresa de cerveja escocesa BrewDog se tornou “Orgulhosamente anti-patrocinadora da Copa do Mundo”.
Fica o questionamento: faz sentido levar um evento mundial para um lugar que não respeita os direitos humanos e, depois, cobrar mudanças?
Para nós, as mudanças deveriam ocorrer ANTES, como CONDIÇÃO para a realização da Copa.
Quando o que está em jogo é o dinheiro, a coerência não importa?
Qual a sua opinião?
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